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Observando de perto as evoluções e revoluções tecnológicas que ocorrem cada vez mais depressa, nos tornamos testemunhas dos efeitos e rumos que estão sendo tomados pela humanidade. Para os otimistas de plantão, algo promissor e saudável está acontecendo; para os pessimistas - que são a parte mais engraçada e os que mais nos alertam sobre tudo, estamos vivendo o início do fim, desespero, dor e sofrimento.

Não há dúvidas de que a mão-de-obra humana esteja sendo trocada pela mão-de-obra mecanizada. Comprovamos isso a cada dia, principalmente quando vemos aparelhos interagindo com gente de carne e osso. Um dos absurdos mais constantes é chegar ao shopping e receber as boas vindas de uma cancela sem mais nem menos. Ter que discutir e se estressar ao telefone enquanto ouvimos musiquinhas irritantes e mensagens automáticas mandando digitar números aleatórios para algum comando também é algo que se repete com freqüência.

Com todas essas tecnologias, daqui a pouco seremos obrigados a adaptar nossos ideais românticos do mesmo jeito que adaptamos nossa rotina. Os cupidos, que seguem por aí acertando suas flechas nos corações alheios, distribuindo amor e paixão, perderão suas funções. Trocados por sites de relacionamentos que usam suas imagens sem pagar os devidos direitos, irão cair no abismo do esquecimento. As pobres criaturas travarão uma batalha desproporcional contra os computadores e provavelmente perderão.

Não devemos ser contra os atalhos criados para facilitar nossas vidas, mas onde fica o processo natural das coisas com essa praticidade toda? Se conectar e procurar uma paixão virtual pode surpreender pela eficácia, porém não se compara com uma paquera, um flerte, um olhar. As pessoas já estão se escondendo demais e perdendo os sentimentos primitivos que tanto servem para trazer mais emoção à vida. Vamos nos mostrar, escrever sem abreviações e viver a realidade: a vida não merece ser virtualizada.