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Andei pensando recentemente sobre as razões que levam pessoas a escrever, seja como profissão ou como hobby, e fiquei instigado a me aprofundar nesses motivos. Aqueles que escrevem como profissão talvez aceitem a arte da escrita ou como uma forma de compartilhar conhecimentos específicos, no caso de intelectuais, pesquisadores e acadêmicos; ou como forma de divulgar informações, acontecimentos e eventos, no caso dos profissionais da comunicação. Há ainda os que sobrevivem de contar histórias, escrevendo contos, livros, roteiros de filmes e novelas. Por esses eu tenho uma admiração intrigante, já que esse tipo de expressão pode ser encarado como uma maneira de falar sobre si mesmo. Um jeito biográfico, muitas vezes indireto, de se colocar no papel, uma vez que o que você inventa surge do que você vê, do que você vive, do que você pensa.

Os que escrevem como hobby estão no centro de uma discussão mais complexa. Na maioria dos casos, procuram um modo de transbordar as idéias que fluem e ultrapassam os limites da mente. Claro, existem outros motivos que levam pessoas a escrever. Os diários, por exemplo, atuam como terapia, contendo lembranças do dia, de situações e dilemas. É uma análise de comportamento, um aprofundamento da vida, um debate consigo mesmo. Antigamente eram privados, envolviam o mais secreto de cada um; hoje em dia com a tecnologia e a virtualidade, estão mais ligados a exposição e a interação, já que o alcance das palavras se tornou grande.

A imagem que permanece é a da escrita como sendo um gênero muito distinto, que encanta, fascina e não encontra barreiras, se deixarmos de lado a questão delicada que é a educação em nosso país. Para mim, escrever é um exercício, um desabafo. Como sou inquieto, a todo instante sou invadido por turbilhões de emoções e sensações. Passar isso para o papel ou para o computador é um jeito de aliviar a carga que atrapalha, às vezes, o andamento das coisas. Engraçado é que quando escrevo e tempos depois leio o resultado de minhas reflexões, acho as idéias absurdas e fico me perguntando como pude escrever tal coisa ou ter tal opinião. Quem sabe não sejam os efeitos das metamorfoses frequentes de conceitos.